quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ufa!! Foi por pouco!

Estava tentando contar hoje quantas vezes minha vida esteve em risco. Minhas aventuras desastrosas se iniciaram bem cedo, aos seis meses.
Estava eu engatinhando, faceira, no pátio da casa dos meus avós em Anápolis, quando, de repente, enxerguei um lindo laguinho. Havia um pequeno lago de pedras com uma ponte em forma de arco nos fundos daquela casa. Devo ter ficado eufórica, porque aaaaaaamo água. Bom, não tenho muitos detalhes da cena, só sei  que minha mãe me encontrou boiando roxinha. Ela tirou-me da água aos gritos. Eu estava mole. O resto esqueci de perguntar ( não sei se ainda respirava, se me levaram ao hospital ...). Essa é uma daquelas  histórias que todos da família lembram como trágica. Enfim, não foi daquela vez que fui para terra dos pés juntos!!! (Ufa!). Sarcasmo à parte, jamais desejaria passar por um susto desses com um de meus filhos.


Não passou muito tempo (eu tinha cerca de um ano), quase morri por causa da bebida. Meu pai estava dirigindo seu lindo fusquinha branco em uma rua de mão única, ladeira acima, também lá em Anápolis. De repente, veio descendo contra mão um caminhão de bebidas desgovernado. Meu pai engatou uma ré e acelerou. Como racing de ré deve ser difícil demais, especialmente para um amador, ele bateu em um poste. A sorte (ou melhor, graças à proteção divina) o caminhão foi parado por um poste, árvore ou muro acima (não sei bem). Com a batida, a porta do caroneiro abriu e minha mãe caiu para fora, abraçando-me fortemente contra seu peito, sobre vidros estilhaçados. Ela machucou a cabeça. Meu nariz ficou quebrado e a pele cortada e queimada, por que raspou no asfalto. Meu queixo e testa também ficaram cortados. Ainda tenho as cicatrizes do ocorrido.


Aos três anos eu morava no local que moro hoje, porém havia outra casa aqui. Meus pais estavam dormindo depois do almoço e eu fui atravessar a rua para ir na casa da vizinha. Eu já sabia que deveria olhar para os dois lados. Olhei para um lado e, ao olhar para o outro, deparei-me com uma Combi estacionada, que encobriu minha visão. Atravessei mesmo assim e fui atropelada por um fusca (sempre um fusca!). O "carro" atirou-me longe. Lembro do acidente, mas não lembro de muitos detalhes além da cara de zangada da minha mãe por eu ter saído de casa sem pedir. Ela me trouxe pra dentro de casa e deu uma chinelada no meu bumbum e me pôs pra dormir!


A próxima aventura de que me recordo foi aos seis anos. Eu estava em Três Coroas (RS) passeando no sítio da minha bisavó. Minhas primas em segundo grau (Adriana e Rosana) convidaram-me para tomar banho de rio. Elas eram exímias nadadoras e tinham uns quatro ou cinco anos mais que eu. Eu não queria ficar pra trás. Fui inventar de atravessar um correnteza a nado. A correnteza levou-me para o lugar onde havia um poço (aqui no sul chamamos de poço o local que é bem mais fundo com águas paradas). Perdi a força e fui puxada pra baixo. Muito estranho o que senti. Como se estivesse num redemoinho. Enfim, uma das minhas primas foi The Flash, me agarrou pelos cabelos e tirou-me daquela terrível cena. (Ufa!!! 2) Fico pensando onde estavam nossas mães numa hora dessas...


Aos oito anos eu morava em Guaraí, TO (naquela época ainda era Goiás). Eu e algumas amigas fomos colher mangas. Estávamos ali brincando debaixo da mangueira e enxerguei algo pendurado que poderia muito bem  se passar por um cipó. Fui dar uma de Jane, grudei no fio e fui arremessada para trás.(se tivesse sido arremessada pra frente eu juraria que tinha encarnado a Jane, porque a distância do ponto de partida ao ponto em que caí foi bem grande). Era um fio desencapado. Tomei um choque tão grande que cheguei a perder os sentidos por alguns segundos. Talvez por isso eu seja meio sequelada! [:p]


Aos 11 anos (eu já morava em Taquara) fomos fazer uma linda excursão escolar para Gramado e Canela.  Parte da estrada é uma subida. Claro, Gramado e Canela ficam na serra... Dã!!! Enfim, a paisagem é linda. De um lado, vemos  paredões de onde vertem água que formam pequenas cascatas em alguns trechos, do outro, um precipício coberto por árvores e outras vegetações. Foi um passeio inesquecível, não porque eu nunca havia ido lá, mas por conta do que aconteceu. No retorno do passeio, aconteceu algo que exigiu grande destreza do motorista do BMV (bus muito velho). A roda dianteira do veículo saltou fora e ele atirou-se sobre o volante para impedir que o ônibus caísse no abismo. O  bus andou por muitos metros inclinado, até parar. Que susto! O motorista saiu como herói dessa histórias. E nós todos inteirinhos.


Bom não vou me estender demais, mas por mais três vezes quase me afoguei no mar. Eu tinha o costume de ir entrando, entrando até que a água batesse no meu peito. Isso é suicídio! Quem conhece o mar um pouquinho sequer sabe disso. Uma vez meu pai me tirou, outra um amigo e outra nem lembro.


Além daquele acidente de carro na infância e o de ônibus, sofri mais dois. Um, com um amigo em Gramado. Ele atropelou um motoqueiro, que foi arremessado no parabrisa, do lado do caroneiro (lado em que eu estava). O motoqueiro ficou ferido e nada aconteceu conosco. Outro foi com minha amiga Márcia. Ela estava dirigindo seu carro na volta de Gramado. Num trecho sem nenhuma sinalização batemos de frente como o carro da polícia, que estava estacionada no meio da pista iluminando um carro parado no acostamento. Este gerou um processo, tive que depor, um estresse. Mas o melhor foi que saímos ilesas.


Sabem qual era o meu problema? Excesso de coragem! Bah, eu era corajosa demais!!! Ainda sou, mas agora  direciono a coragem para coisas que valem a pena. Certa vez eu andei num negócio na praia de Curumim. Não sei o nome daquilo, mas vou tentar descrever. Era um tipo de bugui (ou buggy) amarrado numa asa-delta. Amarrado de forma grotesca, com uma corda mesmo. O bugui tinha uma hélice atrás. Aquilo voava!!! E eu paguei R$ 10,00 para dar uma volta. Meu namorado na época, o Daniel, ficou lá assistindo apavorado, vendo as manobras radicais que o cara fazia. Quando aquilo levantou voo eu senti uma adrenalina tamanha que não tem como descrever! Acho que foi a coisa mais radical que já fiz! O cara fazia pirueta no ar. E eu gritava (grito de euforia e não de medo). O "piloto" viu que eu não tinha medo e fez um negócio mega-arriscado: ele subiu muito alto, desligou o motor e caímos de bico. Aí, quando se aproximou do solo ligou novamente. Sério, eu até hoje não acredito que participei daquilo! Se fosse um avião da Esquadrilha da Fumaça eu até que entenderia, mas era um sei-lá-o-quê, provavelmente ilegal e sem o mínimo de segurança! E se as cordas desamarrassem? E se a hélice falhasse? E se..? 


Ahhhh, eu quase ia esquecendo de mencionar, essa aventura nos ares aconteceu em janeiro. Em março, estava eu, bem bela em casa, assistindo as notícias locais, de repente fiquei atônita na frente da TV. Uma "aeronave" igualzinha  àquela caiu no mar e o "piloto" morreu! Baaaaah


Hoje em dia levo minha vida nos trilhos. Abandonei (quase totalmente) meu lado aventureiro. Hoje tenho "medo" até de atravessar uma rua movimentada. Fico apreensiva quando faço uma viagem mais longa. Temo muito morrer! Porque se algo me acontecer, os maiores prejudicados (do ponto de vista temporal) serão meus filhos. Oro muito a Deus para que prolongue minha vida para eu poder cuidar deles, pelo menos até que possam cuidar de si mesmos.
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3 comentários:

  1. É a idade minha amiga. Eu era bem mais "radical" do que agora e acredito que seja a idade que tem me feito ficar assim... com mais juízo!

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  2. Barbaridade... Lá em cima tem alguém que gosta muito de Ti, não por te livrar de todas estas encrencas, mas por te submeter a elas, para que, de certa forma, se desenvolvesse em sua estrutura as caracteristicas que tens, que te permite ser o que és! Nosso Pai Celestial nos testa até nestes detalhes da vida, hoje és mais prudente que antes por estas experiências... imagina se não tivesse passado por tudo isso? Deus continue te abençoando Erica, não te conheço pessoalmente, venho te acompanhando nestas internetes da vida e já pecebo a pessoa legal que és. Obrigado por compartilhar suas experiências!

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  3. Querida amiga,pela minha pequena experiencia de vida,descobri que como se refina metais preciosos nós somos forjados nas experiencias difíceis para cumprir nossa missão terrena,e cada cicatriz adquirida ira nos fortalecer nos momentos difíceis,você sempre surpreende positivamente,isso é algo muito especial e importante para estabelecer princípios de verdade.

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